Meus cordeirinhos

Bem haja a todos. Hoje venho aqui apresentar uma queixa.

Meu caro Tadeu:

Notei que nesta última edição que colocou aqui na página falava sobre padres que não praticam a actividade coital há mais de 50 anos, e creio que também mencionou cactos de estimação.
Pois bem meu caro, desejo manifestar aqui o meu desagrado sobre esse comentário desnecessário e calunioso para com a sagrada instituição do clero.

Ando eu e muitos outros ecuménicos a pregar a salvação das pobres almas que povoam o mundo, e vêm energúmenos coprofílicos como o senhor relacionar o santo nome dos cléricos com uma coisa tão mundana e vergonhosa como o acto do coito, e ainda por cima com plantas. É realmente ultrajante que surja sequer a ideia de que um sacerdote, um representante da santa Igreja, seja referido como um pervertido qualquer que anda por aí (e perdoem-me esta tão mal-educada expressão, meus filhos) a enfiar cactos no recto...

A nossa vida é dedicada totalmente ao cuidado e ensino dos nossos fiéis: mostramos-lhes as graças e os atributos da vida religiosa, tal como também os castigos (carnais ou não) de uma vida desregrada, especialmente aos mais novinhos e ingénuos, tão susceptíveis a serem corrompidos e levados por maus caminhos.
E por falar em jovens, cada vez os tenho menos na minha igreja, e quando os vejo pela rua e lhes vou a dar uma festa, parece que fogem...deveras estranho.

Voltando à questão: um sacerdote tem mais que fazer do que andar a realizar fantasias sexuais de bestiaria com plantas de forma fálica.
E digo-lhe mais: que eu tenha conhecimento, não sei de nenhum sacerdote que tenha passado 50 anos ou mais sem practicar a cópula, seja com um cacto ou com a dona Carmen ali do lupanar da esquina.

Sem mais delongas, fico-me por aqui. Esperem pelo meu regresso, meus filhos, trar-vos-ei as palavras da salvação.

Um grande bem haja do vosso reverendo que vos quer tanto.